LEITE, J.F.
Ap.:M.:
Rito Shroeder/MG
A beleza e força do rito Schröder está embasado no aspecto em que o ritual visa elevar os princípios morais e éticos que devem pautar a vida do Maçom. Evitando através de sua ritualística tudo o que possa descaracterizar a Maçonaria e até mesmo conduzi-la para fora do prumo.
I. INTRODUÇÃO.
O caminho do maçom nada mais é do que o caminho da equidade. O despertar de uma identidade mais sociocêntrica e quem sabe até mesmo de uma identidade cosmocêntrica.
Na iniciação maçônica, logo após o aperto de mão de um homem honrado e ao receber a Luz, defronta-se imediatamente o mesmo com as três grandes Luzes emblemáticas da Maçonaria universal.
É sabido que, ao redor do mundo, nenhuma Loja Maçônica regular executa seus trabalhos sem que o Comp\ e o Esq\ figurem expostos sobre o volume da Ciência Sagrada.
Sobre estes instrumentos podemos apresentar inúmeras alegorias, pois significam uma coisa nas palavras e outra no sentido, através do seu dinamismo, representando na Maçonaria o conhecido e o desconhecido.
Os misteriosos emblemas do esq\ e do comp\, cuidadosamente dispostos sobre o L\ L\, são análogos e correspondentes ao antigo «Selo de Salomão».
Assim utilizados, isto é, desde que consideremos esta analogia, o esq\ e o comp\ representarão um triplo símbolo, com três significados: o material, que expressa uma utilidade; o filosófico, que expressa uma idéia; o metafísico, que expressa um conceito esotérico.
AS TRÊS GRANDES LUZES DA MAÇONARIA OU LUZES EMBLEMÁTICAS DA MAÇONARIA:
São elas, o L\ da L\, o Esq\ e o Comp\, eles devem estar sempre sobre o A\ no Oriente em loja aberta. O Comp\ (espírito) encontre-se coberto pelo Esq\ (matéria), que significa no grau de aprendiz ainda matéria bruta, que o espírito ainda não conseguiu libertar-se do domínio da matéria.
O L\ da L\
O L\ da L\ é o símbolo de Lei moral que cada Maçom deve respeitar e seguir; representa a filosofia que cada um adota ou a Fé que anima e governa os homens. Sem a presença do L\ da L\, indispensável nas sessões maçônicas, a Loja não seria justa, nem regular.
Baseado nele, está a edificação de nossos Templos, e nossos instrumentos, adornos e demais objetos, assim como nossos trabalhos, num puro simbolismo, sem escopo religioso lembram as passagens bíblicas. A seguir, citaremos neste modesto trabalho de pesquisas que estribado no L\ da L\, como tivemos oportunidades de citar, é o símbolo da Lei moral que cada maçom deve seguir e respeitar. Percebemos a presença dos escritos deste L\ da L\ em todos os trabalhos da loja, assim, vimos que o Livro Sagrado guia o Maçom para a verdade, conduz seus passos para a felicidade, indicando-lhe todos os deveres a que o homem é obrigado.
O L\ da L\, para o nosso espírito significa a Equidade. Ele é o instrumento da Sabedoria que nos ilumina e nos guia, regulando a nossa conduta no lar, no trabalho e na sociedade. Sobre o L\ da L\ é proferida nossa palavra de Homem Honrado, pois é o ponto culminante da habilitação interior para o recebimento da Luz. Não é suficiente apenas a promessa fundamentada na Honra. Este ato solene é realizado em presença do G.'.A.'.D.'.U.'., quando adquire um caráter espiritual, comprometendo a consciência religiosa do homem. Nestas condições, a sua Honra e a sua Fé dão garantia da autenticidade de suas afirmações.
Várias religiões do mundo tem como base o possível fenômeno da Revelação Divina, uma manifestação da presença e sabedoria transcendental através de uma obra literária. Tal obra seria escrita por pessoas especiais, profetas, dotados da capacidade de se comunicar com a divindade direta ou indiretamente.
Os Livros Sagrados em sua forma mais tradicional são quase um privilégio das Religiões Monoteístas. Outras formas de religião podem também possuir seus textos sagrados
O Comp\
Significa a justa medida de nossos atos e a justiça exigida nas ações que praticamos. É um instrumento de dois ramos de madeira ou metal, unidos pôr uma de suas extremidades de maneira a poder afastar-se ou aproximar-se uma da outra para medir ângulos, traçar círculos de dimensões diferentes. Estes diversos círculos nos dão a idéia do pensamento nos vários círculos de raciocínio que podem atingir, ora largas e abundantes posições, ora raras e estreitas conclusões, mas todas elas sempre claras e positivas. O Comp\ da Just\ é a própria razão que determina, não só a origem, mas ainda a legitimidade do direito.
Com o Comp\ podemos desenhar o círculo espelhado para o infinito, centralizado pelo ponto que pode representar o início de toda a evolução. Representa a Just\ e nos ensina o princípio e o fim dos nossos direitos. Na ação deste instrumento figura a dualidade de suas hastes e a união destas na sua junção. É nisto que se exprime um dos mais sublimes preceitos maçônicos, ou seja, o da união, da harmonia e do amor entre os maçons.
A maçonaria adota o Comp\ sobre o altar, sob o Esq\ no 1º grau, para simbolizar também o universo em oposição ao homem.
O comp\ traça o circulo que representa a unidade, a totalidade e a atemporalidade do sagrado. O conhecimento espiritual que deve ser adquirido e vivenciado nas entranhas da nossa verdadeira essência humana que transcende as futilidades e vaidades geradas pelas nossas ilusões.
Na visão simbólica maçônica, a abertura do comp\ pode também representar a abertura da mente. A expansão da consciência para além dos domínios do narcisismo e egoísmo. A busca do conhecimento. Qual é a abertura do meu comp\ mental-espiritual?
Essa abertura pode estar situada entre zero e cento e oitenta graus. Mas os extremos não traçam círculos. O caminho está no meio e no meio está a virtude.
Muitos não querem abrir esse comp\, principalmente aqueles que sofrem do complexo de Jonas (personagem bíblico que não quis ir à Nínive). Algumas pessoas temem abrir seus ângulos de visão, outras se permitem apenas alguns graus de abertura do seu comp\ mental-espiritual.
A conseqüência disso é uma vida pobre e desprovida de significados essenciais e profundos que acabam gerando estados depressivos e melancólicos.
Penso que o verdadeiro maçom é aquele traça seu mapa existencial respeitando as medidas e proporções da divina geometria. Usa o esq\ da materialidade e o comp\ do espírito com harmonia e sabedoria.
Filosoficamente O Comp\ transmite a idéia de que o homem constrói a si próprio, e para que resulte um templo apropriado a glorificar o G\A\D\U\ torna-se indispensável saber usar cada um dos principais instrumentos da construção. Dos alicerces ao teto, todos eles são indispensáveis
O comp\ mede os mínimos valores até completar ao circunferência e o círculo onde fixamos uma das hastes do comp\ e, girando sobre nós próprios, executaremos com facilidade o projeto perfeito.
O entrelaçamento do comp\ com o esq\ será o distintivo permanente da maçonaria. Nossa vida é uma prancheta onde grafamos os projetos que, estudados, calculados os seus valores resultará no caminho completo para a construção de nosso ideal.
Assim o Comp\ representa a Just\, pela qual devem ser medidos os atos do homem: simboliza, também, o comedimento na busca, já que, traçando círculos, delimita um espaço bem definido, símbolo do todo, do Universo.
No plano esotérico, o Comp\ é a representação das qualidades espirituais e do conhecimento humano.
No Grau de Aprendiz, os ramos do Esq\ cobrem as hastes do Comp\, mos¬trando que a materialidade suplanta a espiritualidade, ou que a mente ainda está subjugada pêlos preconceitos e pelas convenções sociais, sem a necessária liberdade para pesquisar e procurar a Verdade.
O Esq\
O Esq\ é o símbolo da just\ e da gratidão, seu ângulo reto simboliza a conduta irrepreensível que o maçom sempre deverá manter perante a sociedade, pautando todos os seus atos e decisões dentro da mais absoluta retidão e eqüidade no trato de seus semelhantes. Em conjunto com o Comp\ representa o "Escudo Maçônico", signo mais conhecido da maçonaria. É composto de dois ramos de comprimento igual e provém da metade de um quadrado que é o símbolo da terra onde se desencadeiam as paixões humanas
O verdadeiro maçom encontrando-se entre o Esq\ e o Comp\, está entre o céu e a terra, ou ainda, entre a matéria e o espírito.
Sendo o Esq\ o instrumento que se destina a dar forma regular a todo material, serve simbolicamente, para indicar ao maçom que sob o ponto de vista moral, deve ser empregado para corrigir as falhas e as desigualdades do caráter humano.
O Esq\, para execução dos projetos é imprescindível, significando como que a base de um edifício. É um instrumento muito útil para traçar ângulos retos, baseado no teorema de Pitágoras. Podemos aplicar este teorema ao nosso comportamento na vida profana, onde as linhas retas do esq\ podem indicar-nos o caminho mais curto para a prática da virtude.
Todo trabalho seria inútil se não tivéssemos a condição de medir as distâncias e coordenar os ângulos perfeitos para transformação de nossa P\ B\. O Esq\ é o símbolo da retidão e nos ensina permanecermos fiéis aos Ir.'..
Enquanto o comp\ é um símbolo espiritual, imaterial, posto que representa o triângulo com o vértice para cima, o esq\ é a união do céu com a Terra, do espiritual com o material, da consciência subjetiva com a consciência objetiva, do o estado de êxtase com o estado de razão, dos olhos da alma com os olhos da carne.
É prudente o maçom que trabalha preocupado tanto com o mundo perceptível pelo intelecto, o mundo das formas, quanto com o supra-mundo, perceptível apenas através da alma. É no primeiro que, efetivamente, ele encontrará os instrumentos físicos para sua evolução.
O conhecimento da verdade nos liberta da ilusão. Os fantasmas do medo, do fanatismo, da fé cega, da superstição, são afastados pela sabedoria.
O triângulo apontado para baixo no «Selo de Salomão», representado analogamente pelo esq\ no simbolismo maçônico, exorta-o à busca incessante do conhecimento, do uso inflexível da razão.
O iniciado não se deve deixar levar pelo entusiasmo, mas, ao contrário, deve meditar cuidadosamente acerca das novas idéias.
Se colocado em forma de “L”, fazendo com o solo um ângulo de 90º, o esq\ irá simbolizar, através de sua linha horizontal, a senda reta que o homem iniciado precisa percorrer na Terra, aplicando praticamente, no quotidiano, os conhecimentos secretos que adquiriu; a linha vertical representará sua caminhada rumo ao cosmo, ao infinito, a Deus.
Com o comp\, a luz ganha forma, transforma-se em matéria, torna-se o homem, mas é com o esq\ que ele cresce.
O esq\, na simbologia maçônica, representa exatamente isso. O bom senso, o respeito pelo “dharma” ou lei divina, o espírito de justiça que nada mais é do que o reconhecimento de que cada coisa tem o seu tamanho e o seu lugar na geometria cósmica sagrada.
O homem deve regular as suas ações dentro de um princípio ético e espiritual. A régua da consciência que é capaz de guiar os passos do homem nas estradas da existência, permitindo o respeito pelas medidas e proporções e o domínio das paixões anímicas e dionísicas do nosso eu inferior.
O Esq\ Somente quem souber esquadrejar poderá transformar a pedra bruta em pedra angular e devidamente desbastada, visando - num trabalho - poli-la e burila-la para ser transformada em pedra de adorno na construção.
O Esq\ que forma um ângulo reto nos ensina a retidão de nossas ações; o maçom em sua linguagem simbólica diz que pauta a sua vida "dentro do esq\"
Tudo está na dependência da retidão , tanto na horizontalidade como na verticalidade.
Seguindo-se as hastes do esq\, teremos dois caminhos que vão se afastando, quando mais distantes seguirem; isso nos ensinará que se nossa vida se pautada de forma correta, encontraremos o caminho da verticalidade espiritual e o da horizontalidade material..
Esse instrumento é imprescindível na construção; caso não for usado, teremos uma obra torcida, sem equilíbrio e pronta para ruir.
ESQ\ - Simboliza a Equidade, a justiça, a Retidão de caráter; esotericamente representa a matéria, ou o corpo físico. Retidão é a qualidade do que é reto, tanto no sentido físico quanto no moral e ético; assim, à retidão física, emanada do Esq\, corresponde a retidão moral, caracterizada pelas ações de acordo com a lei, com o direito e com o dever, e a virtude de seguir retamente, sem se desviar, a direção indicada pela equidade. É a jóia-símbolo do Venerável Mestre.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O homem não sabe nada, mas é convidado a tudo conhecer. Não é prudente limitar o conhecimento, desde que este seja buscado de forma honesta e aplicado de maneira útil.
Ao encararmos a luz, nossos olhos se ofuscam, mas, com o passar do tempo, nossas retinas habituam-se a contemplá-la, e ficamos livres dos grilhões da ignorância, das marcas da superstição.
A recepção da Luz é o ponto culminante da iniciação maçônica, tendo como objetivo maior relação que une o Homem a Deus G\A\D\U\.
No plano material, o esq\ e o comp\ são ferramentas de construtor. Com o comp\, ele traça círculos, curvas, que o orientarão no corte de certos materiais. O comp\ serve para medir e construir formas. Comp\ provém do latim compassare, que significa «medir».
No plano filosófico, o comp\ é o símbolo do espírito de ação, do qual deve estar imbuído todo pedreiro-livre, e dos limites do maçom, aos quais ele deve obedecer por estar ligado à fraternidade por uma palavra de homem honrado. Apoiado na ponta seca, o comp\ pode ser aberto em vários ângulos, formando círculos. Tais círculos serão a delimitação do trabalho maçônico na sociedade, e internamente, construindo o templo.
Eis a interpretação metafísica: a haste na qual o comp\ é apoiado para traçar o círculo representa o absoluto e a origem imaterial do homem. Lembra que todas as coisas visíveis são feitas a partir do invisível. Arquiteto significa, em grego, «construtor do primordial». Por isso que, em Maçonaria, Deus é chamado de G\ A\.
No grau de Ap\, as pontas do comp\ estão sob o esq\. Assim, temos que o neófito não tem consciência plena de todas as suas capacidades. Sua ação intelectual está ainda inibida por uma predominância dos instintos animais, que ele vai trabalhando e equilibrando na medida de sua evolução na senda.
A jornada da alma tem como objetivo a abertura do comp\ espiritual no esq\ da matéria compondo configurações geométricas alinhadas aos ciclos cósmicos e afinadas às proporções traçadas pelo “G\ A\ D\ U\”.
BIBLIOGRAFIA:
CAMINO, Rizzardo da. simbolismo do 1º grau / ritualística maçônica. Ed. A Trolha.
___________________, O Aprendiz Maçom, As Benesses do Aprendizado Maçônico, Ed. Madras, 2000.
CASTELLANI, Jose. Liturgia e ritualística do grau de A\M\.
_________________. Dicionário Etimológico Maçônico. Ed. A Trolha.
_________________. Cartilha do Aprendiz – Ed. “A Trolha”, 1992
Sites: www.geosites.com/profano/html
www.futura-webdesign.com/portal/simbolos.shtml
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